28 de jan. de 2011

Cidade Baixa




A Cidade Baixa tem muitos cheiros
Que se misturam ao cair da tarde.
De bala doce com pinho barato,
Com fumaça de carro e cigarro,
Com desejo e trabalho.
É a Cidade do comércio,
Ruas antigas, estreitas,
Onde se vende de tudo:
Salgados, balas, brinquedos,
Bolsas, sexo.
As ruas vivem lotadas
Consumidores diversos.
Parei um instante
Entre os homens e mulheres
Da minha Cidade.
Voltei no tempo,perdida, 

olhando os prédios antigos
Redecorados.
Olhando e imaginando
Os corpos vendidos ou abandonados.
A Cidade Baixa é bela
Do Cine Sexy ao pião de madeira.

Fonte foto: Tirada por Ranier Bragon postada no blog http://napiorembh.blogspot.com/

19 de jan. de 2011

Canção de Passarinho





Um par de asas atrofiadas:
Para que serve?
O amor não libertaria
As asas atrofiadas.
Não tiveram cria,
Não cantavam.
O amor não libertaria
Um par de asas atrofiadas.
E se o fim viesse
Estaria feita justiça?
Mas justiça pelas mãos dos homens
Não é justiça feita.

Um par de asas atrofiadas...
Para que serve?
Se não podem voar alto no baixo céu
Se não podem ver as estrelas
Se não podem fugir de medo,
Asas atrofiadas apenas servem:
Quando se está enjaulado
Quando se é aprisionado
Por um ser superior
Que em tamanha inferioridade
Se autodestrói acreditando estar construindo.


Um par de asas atrofiadas
Que poderão ser livres
No que acreditamos trazer liberdade.
Se não somos livres hoje
Construímos na morte o amanhã pleno.
Para que serve a liberdade em asas?
Se nada fez, nada modificou!