29 de set. de 2010

Como nasce a dor?


No solitário grito do excluído
As nuvens e os anjos do senhor
Contorceram-se.
O eco subiu entre as pedras
Contornou as chapadas
E sufocou as crianças ainda na sua pureza febril.
É o fim!
Um grito mudo
As plantas murchas
O céu em prantos
Sufocou o corpo febril que acabara de nascer.
É a dor!
Que nasce torta
Com folhas mortas
Sem sombra
O vento ainda insiste e sopra
Mas não há paz no coração frio e casto.
É a dor!
Que cresce na ponta das unhas
E alcança os olhos coléricos
Enrola-se pelos fios do cabelo
Conduzindo aos abismos dos ismos classificantes.
É dor!
Que sufoca as células
O cristo em sangue
A solidão a dois.
Tudo se transferindo de lugar e sonho, tudo é dor.

12 de set. de 2010

Suicídio Solitário de Encontro ao Sol

Às vezes penso em me atirar...
Mas meu coração esfriaria ainda mais
Cubo de gelo se tornaria.
Então me atiro de encontro ao sol
para esquentar a alma fria
e os dias sombrios iluminar.
Porém o sol quente é solitário
tão mais que um dia sombrio.
Porque se existia alguma esperança
virou ilusão.
Insatisfação.



















E isto tudo cresce
de uma forma monstruosa.
Invade a situação e consegue subjugá-la.
Toda dor é tão viva,
que escraviza da pior forma.
Torno-me dependente
de algo maior.
Luto veemente,
mas o que traria libertação
ainda está muito distante.