13 de fev. de 2011

Não sei se ainda sei





Entre cruzes
Parou no cruzamento
O som ecoou como uma bomba.

Entre cruzes
pés descalços atravessando o asfalto,
chuva molhando as calçadas.
Fome para os desamparados.

Entre cruzes
A alma ronca a fome dos desalmados
Necessita aconchego, amparo.


Meu grito é mudo e estou farto.


Morre o cão vadio solitário
Onde está o corpo para enterrá-lo?
Não sei onde está...não sei.
Não sei de nada.



Entre cruzes
Mulheres rezam no altar
Não sei. Não sei de nada.
O homem desistiu de tentar
Não sei.
Não sei de nada.
Entre cruzes
Sigo cego, torto, puto,
Surdo, morto.



Não sei.
Não sei de nada.